A Embraer informou nesta segunda-feira (17) que aprovou junto à Boeing, fabricante de aeronaves norte-americana, os termos do acordo anunciado em julho do ano passado , que prevê a criação de uma nova empresa (joint venture) de aviação comercial no Brasil. O acordo entre Embraer e Boeing depende ainda da aprovação do governo brasileiro.
O novo negócio entre Embraer e Boeing está sendo chamado de JV Aviação Comercial ou Nova Sociedade, embora as empresas anunciem que este não será o nome da empresa após a conclusão da operação.
Avaliado em US$ 5,26 bilhões, o negócio mostra que ganhou força no mercado desde o anúncio do acordo. À época, o valor era estimado em US$ 4,75 bilhões. A Boeing terá 80% de participação após fazer pagamento de US$ 4,2 bilhões. Os 20% restantes serão da fabricante brasileira, que poderá vender sua parte para os americanos a qualquer momento, caso opte pela venda.
A Embraer foi privatizada em 1994, no fim do governo Itamar Franco, por R$ 154,1 milhões (em valores da época), quando o governo obteve o poder de decisão sobre a companhia, mas foi resguardado o poder de veto em decisões específicas.
O governo brasileiro é dono de uma "golden share" (ação exclusiva imposta pelo Estado) na companhia e tem poder de veto em decisões estratégicas, como no caso da transferência de controle acionário da empresa, e, por isso, o acordo ainda depende da aprovação.
Além da aprovação do governo, o acordo ainda precisa ser submetido à aceitação dos acionistas, das autoridades regulatórias e "outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo", segundo informou a Embraer.
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A Boeing terá o controle operacional e de gestão da nova empresa, que responderá diretamente ao presidente e CEO da empresa, Dennis Muilenburg. A joint venture, se aprovada, será liderada por uma equipe de executivos no Brasil.
A Embraer terá poder de decisão para temas específicos que foram definidos em conjunto, como a transferência das operações do Brasil. A empresa espera um resultado de aproximadamente US$ 3 bilhões com a operação, descontados os custos de separação. Em 2017, a área de aviação comercial da Embraer representava 57,6% da receita líquida da companhia, ou seja, US$ 10,7 bilhões de um total de US$ 18,7 bilhões.
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Por que Embraer e Boeing decidiram se unir?
A expectativa é de que um acordo entre as duas possa criar uma gigante global de aviação, com forte atuação nos segmentos de longa distância e aviação regional, capaz de fazer frente à uma união similar entre as maiores concorrentes, Airbus e Bombardier , que se uniram.
A Boeing tem receita anual que é cerca de 16 vezes maior que a da Embraer. Em 2017, a brasileira teve arrecadação de US$ 5,8 bilhões, enquanto a empresa americana arrecadou US$ 93,3 bilhões.
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Enquanto a Boeing é a principal fabricante de aeronaves comerciais para voos longos, a Embraer lidera o mercado de jatos regionais, com aeronaves equipadas para voar distâncias menores. Embraer e Boeing
buscam, juntas, unir o melhor de cada uma e organizar uma grande e forte empresa.